Capítulo 9
Paris
era uma cidade fria e sombria à noite, e era na noite que tudo acontecia.
Ricardo e Anne eram irmãos gêmeos, tinham 22 anos e moravam em Paris já fazia
um ano.
Anne
era uma linda moça, seus olhos azuis e seus cabelos loiros contrastavam com sua
pele clara. Já seu irmão Ricardo era mais baixo que ela e tinha os mesmos
olhos, tinha os cabelos curtos e loiros e o rosto branco como a neve.
Anne
e Ricardo estavam saindo da faculdade com seus amigos quando como sempre eles
chegaram à praça que dava para sua casa. A praça estava vazia naquele horário,
mas sempre bem iluminada.
Estavam
conversando animadamente quando ouviram um ruído atrás deles, ao olharem para
trás não viram nada. Anne olhava ao redor e Ricardo começou a observar mais
atentamente as partes escuras da floresta.
-
Ricardo usa sua visão, vê se consegue ver algo.
Ricardo
assentiu com a cabeça e nesse instante seus olhos de azuis ficaram cor de mel,
pareciam olhos de gavião. A sua visão se estendeu e ficou mais apurada
conseguindo ver assim ate a menor das formigas se mexendo entre os arbustos.
Começou
então a esquadrinhar cada canto da floresta e parou de repente a um canto não
muito distante, entre os arbustos algo os observava. Podia ver um par de olhos
grandes fixos neles, forçou um pouco mais a visão e pode ver que não havia
apenas um par, mas sim vários olhos.
-
Anne, estamos sendo seguidos. Estou vendo vários olhos entre aqueles arbustos.
Nesse
instante varias criaturas apareceram na frente dos dois, eram criaturas grandes
e peludas. Os olhos eram amarelos e seus pêlos eram verdes, o olhar de ódio e
os uivos eram intensos.
- O
que... o que é isso? – perguntou Anne andando para trás à medida que as
criaturas avançavam.
- São
wendigos, criaturas sobrenaturais que aparecem a cada vinte e três dias para se
alimentar de corações humanos. – respondeu Ricardo – O único modo de matar um
wendigo é queimando o seu coração de gelo.
Os
wendigos avançavam cada vez mais, e a única coisa que queriam era matar. Os
irmãos olhavam em volta esperando achar uma solução para o problema deles, mas
só viram uma única solução.
-
Anne, teremos que enfrentá-los.
- Mas
eles são muitos, não sei se vou aguentar. – respondeu Anne com medo de não
conseguir.
Anne
e Ricardo haviam descoberto os seus poderes ha um ano, mas Anne não aceitara de
imediato. Tentara suprimir aquilo com todas as forças que tinha, já seu irmão
não, aceitou e começou a estudar e a treinar fazendo assim seus poderes
aumentarem muito.
Anne
só aceitou os seus poderes quando se viu obrigada a defender seu irmão de um
vampiro. O vampiro atacara seu irmão e ela sentindo o medo dele sentiu um
desespero de estar a seu lado e poder ajudá-lo, e ao se dar conta estava em uma
rua escura vendo seu irmão bem a sua frente no chão lutando contra um homem em
cima dele.
Sem
saber o que fazer Anne queria apenas que aquele homem saísse de cima do irmão e
nesse instante, sentiu uma onda de energia muito grande sair de seu corpo e
atingir o homem fazendo o mesmo voar pra bem longe atingindo uma grande lixeira
azul no fim da rua.
Ricardo
olhou assustado sem saber o que havia acontecido e viu sua irmã parada olhando
assustada para o acontecido. Levantou-se no mesmo instante e foi para junto dela,
abraçando-a.
-
Muito obrigado, agora vamos temos que sair daqui. – disse Ricardo puxando a
irmã pela mão que foi sem apresentar resistência.
O
homem começou a se levantar meio atordoado, sem saber exatamente o que havia
acontecido e ao ver sua presa fugir sentiu o ódio subir e soltou um grito tão alto
que fez Anne querer estar em sua casa. Ao pensar nisso, ela e seu irmão
automaticamente estavam correndo pelo interior de uma sala e Anne bateu
fortemente no sofá caindo em cima dele e seu irmão foi direto em direção à
parede oposta.
Ao se
recuperarem do baque, Ricardo disse:
-
Anne, pensei que você não quisesse seus poderes.
- Eu
não queria, mas agora vejo que preciso deles. Mas como viemos parar aqui e o
que aconteceu lá naquela rua? Quem era aquele homem atacando você? – perguntou
Anne ao se sentar direito no sofá.
- Bom
você nos transportou para cá, quando você quer estar em um lugar você pode
estar nele como num piscar de olhos. – explicou Ricardo se sentando ao lado de
Anne.
-
Aquele era Malkavian, um vampiro. Ele me encurralou naquela rua, eu não percebi
e quando dei por mim ele estava em cima de mim querendo me matar.
-
Vampiros? Calma ai Ricardo, você esta me dizendo que existem vampiros aqui em
Paris? – perguntou Anne assustada.
-
Anne deixa eu te explicar uma coisa, há várias criaturas que você nem imagina
que existam. Mas você vai ter que aprender, eu vou te explicar tudo e você vai
entender melhor.
Após
aquele dia Anne começou a estudar e a treinar seus poderes, mas não era tão
forte quanto seu irmão, ele sim tinha muito poder. Mas na situação em que se
encontravam, não podia deixar o seu medo atrapalhar.
-
Anne você já aprendeu a conjurar bolas de fogo não é mesmo? – perguntou
Ricardo, e ao ver que Anne respondeu afirmativamente com a cabeça continuou –
Então, atire varias bolas de fogo nessas criaturas, mas mire no coração. A pele
deles é altamente inflamável, e só derrotaremos eles se derretermos seus
corações.
Após
dizer isso os dois conjuraram bolas de fogos nas duas mãos e se preparam para a
batalha. Os wendigos apareciam aos montes, e emitiam uivos ensurdecedores.
-
Anne se prepare – disse Ricardo se preparando – quando eu disser você começa a
atirar.
Os
wendigos se aproximavam cada vez mais rápido, o ar gélido estava ficando cada
vez mais pesado. O medo fazia o coração dos dois bater tão rápido que parecia
que ia sair do peito, mas não podiam fraquejar agora.
-
Anne, agora.
Nesse
instante os dois começaram a atirar as bolas de fogo de suas mãos e conjuravam
mais à medida que iam queimando os wendigos. Os monstros começaram a correr na
direção dos dois, e formaram um círculo em volta deles.
Anne
começou a se sentir cansada mas não podia deixar seu irmão sozinho, pensou em
se transportar mas não lhe vinha lugar algum na cabeça. Então um dos monstros
pulou e jogou seu irmão longe, e Anne como que por instinto lançou uma bola de
fogo que jogou o monstro longe e fez ele carbonizar.
Ao se
aproximar do irmão Anne viu que ele estava bem, mas não podiam vencer daquele
jeito eles eram muitos e eles apenas dois. Então uma onda de medo e ódio tomou
conta de Anne e seus olhos flamejavam num vermelho vivo.
Nesse
instante sentiu seu corpo todo em chamas e fez com que várias bolas de fogo
fossem lançadas e começaram a acertar os monstros. Seu irmão olhava aquilo
espantado, pois não sabia que sua irmã era tão forte assim.
O
corpo dela estava todo envolta de fogo, e lançava por todos os lados bolas de
fogos que foi acertando os monstros um por um. Alguns minutos depois, todos os
monstros tinham virado pó.
Anne
caiu ajoelhada e as chamas em volta de seu corpo se apagaram.
-
Anne, você esta bem? – perguntou seu irmão assustado.
-
Sim, só um pouco cansada.
- Vem
a gente tem que sair daqui. – disse ajudando sua irmã a se levantar.
Os
dois correram assustados sem saber pra onde ir, quando se depararam com um
homem parado bem a frente deles impedindo que eles passassem.
-
Olha quem eu encontro aqui. – disse o homem com uma voz fria e um sorriso
malicioso no rosto.
Ao se
aproximar da luz, Ricardo pode ver quem era. Era o vampiro que havia atacado
ele há alguns meses.
-
Agora vocês são meus, se preparem para morrer. - Ao dizer isso, Malkavian pulou
na direção deles.
Nesse
instante Ricardo projetou um escudo protetor que fez com que o vampiro batesse
tão forte que caiu rolando confuso no chão. Ao ver seu oponente caído e
desorientado Ricardo pegou Anne e a puxou voltando a correr pelas ruas de Paris
a procura de um lugar seguro.
-
Vamos Anne, corra.
Disse
Ricardo enquanto corria em direção a um beco escuro.
-
Ricardo eles estão nos alcançando, faça alguma coisa. – gritou Anne a seu
irmão, já não aguentando mais correr.
Vários
vultos vinham atrás deles envoltos da escuridão, se movimentavam rapidamente e
o som que emitiam era de petrificar o mais forte dos mortais.
Ricardo
nesse instante se concentrou e fez com que varias latas de lixo que estavam
perto voassem em direção as criaturas, acertando uma que voou de encontro com
um muro.
Mas
isso foi muito pouco para fazer as criaturas pararem, elas vinham cada vez mais
rápidas e estava ficando cada vez mais difícil de fugir. O frio da noite fazia
com que o ar gélido queimasse as narinas dos dois, dificultando assim a
respiração.
Ao
dobrarem uma esquina se viram bem de frente a uma igreja e imediatamente
Ricardo correu em direção a ela. Sua irmã sem entender nada o acompanhou, após
acertar uma das criaturas com um raio de energia que saiu de sua mão fazendo a
criatura uivar de dor.
- Pra
onde você esta indo?
- Me
siga, eu tenho uma ideia. – Disse Ricardo entrando na igreja acompanhado de sua
irmã.
Após
fechar a porta, Anne pode ouvir uivos altos e ensurdecedores. Colocando as mãos
nos ouvidos para tentar diminuir o barulho, Anne olhou para os lados procurando
a origem daquele som.
- O
que é isso? O que esta acontecendo aqui?
Nesse
mesmo instante um padre entrou correndo pelo salão principal da igreja e foi se
aproximando dos dois.
-
Desculpe seu padre, mas era nossa única chance, vampiros estavam atrás de nos e
se não fosse a sua igreja estaríamos mortos. – explicou Ricardo ao padre.
- Mas
quem são vocês, e como sabem sobre vampiros? – perguntou o padre desconfiado.
- Meu
nome é Ricardo e essa é minha irmã Anne, somos luzes brancas. Estávamos
voltando para casa quando fomos atacados por vários wendigos e vampiros, e
usamos quase todos os nossos poderes.
Ao
ouvir aquilo o padre olhou assustado para os dois e percebeu que a coisa estava
fora de controle. Vampiros e wendigos atacando em bandos era o fim, algo estava
acontecendo e ele tinha que ajudar os dois.
-
Entramos em sua igreja, pois vi as gárgulas no alto da torre. – continuou
Ricardo.
- Mas
o que isso tem haver com os monstros? – perguntou Anne.
- As
gárgulas são protetoras, elas impedem o mau de entrar. Os gritos que você
ouviu, são ensurdeceres para os seres do mundo inferior. – respondeu Ricardo.
-
Venham, vou preparar algo pra vocês comerem e vou arrumar o quarto pra vocês
passarem a noite.
Ao se
deitarem, Ricardo começou a se lembrar de tudo o que haviam passado aquela
noite.
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