Capítulo 4

            - Mas que ódio, aqueles pirralhos conseguiram escapar. – disse Zeltor olhando para o lugar onde antes estavam Lisa e Jason e agora só havia um computador todo chamuscado pela sua bola de fogo.

            Zeltor ao ver que havia perdido os dois de vista, e que não conseguia sentir mais a presença deles logo imaginou que eles estavam com a Sentinela e sabia que seria impossível rastrear os poderes deles.

            Olhou em volta e viu que não tinha mais nada a fazer ali e ao se virar estava em sua mansão. Zeltor andou em direção a lareira que ficava a um canto da ampla sala e pegou um copo com uísque e bebeu em um único gole.

            Imaginou como seu irmão reagiria ao saber que havia falhado na missão, mas estava mais preocupado era para onde eles haviam ido. Zeltor olhou a sua volta e ficou admirando a grande mansão da família, a sala era ampla e havia uma mesa da era colonial a um canto, um quadro de Monet em cima da lareira, um sofá rústico mas bem confortável da realeza de Elizabeth primeira e uma mesa de centro com um vaso Ming em cima.

            O resto da mansão era no mesmo estilo, tudo decorado com as mais belas e raras coleções do mundo e tudo era herança de seus antepassados.

            Seu irmão, Brian era o mais velho e sempre trazia algo novo para a coleção. Brian estava no auge dos seus trinta anos, era alto moreno e muito bonito, mas alimentava um ódio que não acabaria ate que seus inimigos pagassem por tudo o que fizeram.

            Zeltor pegou seu celular e iniciou uma chamada para seu irmão, que logo atendeu.

            - Espero que seja importante, estou indo para uma reunião agora. – disse Brian muito irritado.

            - Calma maninho, desse jeito vai enfartar antes do tempo. – Zeltor adorava irritar seu irmão, mas sabia a hora certa de parar. – Estou ligando para avisar que os fedelhos conseguiram escapar, e devem estar com a Sentinela pois não consigo senti-los em lugar algum.

            Brian sentiu seu ódio crescer cada vez mais em seu peito, aquela Sentinela sempre estragando seus planos. Mas um dia isso ia acabar e ele ia conseguir a vingança que tanto ansiava.

            - Então a sua incompetência chegou ao extremo não é mesmo Zeltor, ate um bando de pirralhos consegue enganar você. Que patético, de um jeito nisso agora mesmo, não podemos mais perder tempo. O tempo esta se esgotando, o alinhamento é daqui a alguns meses e se não acabarmos com eles ate lá será impossível aumentarmos nossos poderes.

            Ao ouvir isso Zeltor fez uma careta, pois já saiba desse sermão de cor e salteado e não estava a fim de ouvir mais aquilo. Desligou o telefone e se sentou na frente de seu computador e começou a olhar uma matéria sobre o alinhamento que haveria dali a alguns meses.

            Era o evento do ano, Júpiter se alinharia com Saturno e Urano e isso faria com que uma onda cósmica aumentasse os poderes de vários seres mágicos, mas para isso precisavam de um altar em um campo aberto com um cristal e nenhuma interferência.

            Os poderes que esses planetas trariam era incalculável, e os Sentinelas estavam dispostas a impedir que nenhum mal conseguisse fazer o ritual para se fortalecerem. Mas dizia uma lenda antiga que um cristal tinha a capacidade de absorver o poder que seria emitido pelo alinhamento e dar a quem o possuísse mais poder que qualquer ser na terra jamais viu.

            Isso preocupava Zeltor, porque os Sentinelas estavam em um grupo muito maior a cada ano, e ele e seu irmão não estavam dando conta de eliminá-los. O problemas era que o cristal da profecia estava desaparecido a séculos, e por isso seu irmão teve a ideia de se aliar a grupos não muito amigáveis, mas que fariam tudo para poder obter um pouco do poder do alinhamento.

            Passados dois meses, Zeltor estava caminhando pelas ruas gélidas de Boston atrás de três adolescentes que receberiam seus poderes naquela noite quando sentiu os poderes do grupo que havia escapado dele.

            Nesse instante pegou seu celular e ligou para seu irmão informando o que havia acontecido e logo seu irmão falou para ele eliminar o grupo de adolescentes e voltasse para a mansão para armarem um plano para eliminar a ameaça.

            Zeltor desligou o celular com um sorriso no rosto, teria sua vingança finalmente. Ele não se conformava de ter sido feito de palhaço por dois adolescentes sem preparo algum e estava pronto para fazer aqueles dois sofrer muito.