domingo, 20 de maio de 2012

Capítulo 12

            O tempo estava claro naquela manhã, o sol brilhava imponente e o vento soprava devagar refrescando aquele dia lindo. Os cabelos castanhos e compridos voavam livremente enquanto Rosana caminhava lentamente pelas arvores ate chegar a um lago.
            Estava preocupada, não conseguia sentir Lisa nem os demais já fazia dois dias e estava muito angustiada. Todo o equilíbrio havia sido quebrado, tudo estava um caos, os monstros do submundo estavam livres e a sede de vingança deles era enorme.
            Rosana era uma Sentinela e estava incumbida de ensinar os luzes brancas a usar os seus poderes para o bem. Mas às vezes isso não acontecia e alguns iam para as trevas e usavam seus poderes em beneficio próprio.
            Após caminhar por horas sem destino, Rosana parou à beira de um grande lago e se sentou. Tocando levemente a água e sentindo como estava fresca ficou ali sentada agitando levemente a água e vendo seu reflexo perder a nitidez.
            De repente sentiu algo estranho, começou a se concentrar e a perceber que estava sentindo a presença de Lisa e dos outros. Olhando fixamente para um arbusto a sua frente, começou a se concentrar e tentar saber onde exatamente os três estavam.
            Depois de alguns minutos parada pôde ver que estavam seguros e que estavam na companhia de mais dois luzes brancas, o que era um alivio pois com a crise que estavam passando o melhor era se unirem.
            Levantou-se rapidamente e começou a caminhar de volta pelo mesmo caminho que tinha feito. O vento soprava calmamente refrescando o clima, toda a preocupação que estava atormentando Rosana havia passado assim que conseguiu sentir seus protegidos.
            Após alguns minutos de caminhada pode ver uma grande construção surgir a sua frente, era uma enorme cúpula de cor branca e cinza. Varias pessoas estavam reunidas no centro olhando fixamente para algo que parecia uma bacia enorme em cima de uma pedra redonda.
            - Rosana querida o que houve, você esta com uma cara...
            Ao olhar para o lado pode ver uma mulherzinha do tamanho do dedo mindinho toda brilhante voando em sua direção. Ariana era a fada responsável por manter todas as outras em seus devidos lugares.
            Parecia um vaga-lume de tanto que brilhava, usava um vestido verde oliva que fazia contraste com seus olhos enormes e suas azas coloridas que batiam rapidamente.
            - Oi Ariana, estou indo ver Melborn. Acabei de sentir três dos meus protegidos agora a pouco e preciso urgentemente avisá-lo. – respondeu Rosana passando pela bacia que estava ao centro e se dirigindo para uma pequena porta ao fundo do salão enorme.
            Todos que estavam na sala começaram a olhá-la desconfiados, nunca haviam visto Rosana andando tão rapidamente e com cara de poucos amigos.
            - Entre. – disse uma voz áspera e firme de homem.
            Ao entrar na saleta Rosana pode ver a um canto olhando para um grande e velho espelho um homem de mais ou menos sessenta anos com os cabelos brancos que atingiam a cintura, ele vestia uma túnica de cor salmão e usava óculos pequenos e redondos.
            A saleta era pequena e escura e cheirava a incenso, havia apenas uma mesa ao centro e ao canto estava um grande espelho, suas bordas eram de ouro puro e logo acima estava uma grande e verde pedra de esmeralda.
            Melborn era o mais velho dos anciões, e tinha mais poderes que muitos ali. Estava procurando um jeito de ajudar os luzes brancas a escaparem da crescente onda de ataques dos monstros não sabia como, mas o equilíbrio havia sido quebrado e tudo estava um caos.
            Ao ver Rosana passar pela porta percebeu que havia acontecido, e era algo bom pois ela estava com um sorriso lindo no rosto.
            - Eu consegui sentir três dos meus protegidos. Eles estão em Paris na igreja do padre Paolo. Estão com outros dois luzes brancas, o que é um alivio. – disse Rosana e vendo a expressão de alivio no rosto de Melborn ficou mais aliviada.
            - Você precisa ir falar com eles e ver se sabem o que esta acontecendo.
            Rosana ao ouvir aquilo acenou afirmativamente com a cabeça e se virou indo em direção a porta.
            - Tome cuidado minha filha – disse Melborn a Rosana que se virou para olha-lo – esta tudo mudado lá em baixo, nada é o que parece ser mais.
            Saindo da saleta Rosana se dirigiu a grande bacia que estava no centro do grande salão e pegando um pouco da água com um pote que estava ali próximo bebeu rapidamente.
            Ao sentir a água descer pela garganta sentiu uma grande refrescância e uma sensação de alivio e paz tomar conta de seu corpo. A água da bacia era purificada e trazia paz a quem dela bebesse.
            Então rapidamente Rosana se preparou para encontrar com seus protegidos, uma forte luz amarela tomou conta de seu corpo e logo Rosana desapareceu da vista de todos.
Capítulo 11

            - Eu não acredito que é você, quanto tempo.
            Com um largo sorriso Anne se levantou da cama em que dormia e correu para abraçar Lisa.
            - Anne, mas o que esta fazendo aqui? – perguntou Lisa após cumprimentar sua amiga.
            Eu é que pergunto, Lisa esse é meu irmão Ricardo. Ricardo essa é Lisa uma amiga da faculdade.
            Ricardo olhava aquilo assustado, não sabia ao certo o que estava acontecendo.
            - Você é uma Luz Branca também? – perguntou Lisa assustada.
            - Sim sou – respondeu Anne abrindo ainda mais um largo sorriso – eu bem que desconfiava que você tivesse algo diferente. Sempre que estava perto de você sentia uma forte energia, agora sei por quê.
            - Anne esse é Nathan e aquele é o Jason, nós estamos fugindo de inferis. E vocês o que fazem na igreja do Padre Paolo?
            - Eu e meu irmão entramos aqui por acaso, fomos atacados por wendigos e vampiros.
            Ao ouvir aquilo Lisa olhou para Jason que se aproximou assustado.
            - Wendigos estão soltos e atacando juntamente com vampiros?
            - Sim estão – respondeu Ricardo – entramos aqui, pois vi as gárgulas.
            Sem entender mais nada, Ricardo andou ate um canto do pequeno quarto e voltando a olhar pra Lisa perguntou.
            - Vocês estavam fugindo de inferis? – perguntou sem entender - como se eles são do mundo inferior.
            - Pois é estávamos no templo do mestre Qi Chi Uan quando tudo ficou louco. Trolls e outras criaturas começaram a aparecer e quando atravessamos o portal – Jason parou olhando para Lisa e continuou – nós fomos parar em Nefilim.
            - O portal esta dando para o mundo inferior? – perguntou Ricardo assustado – Então o que eu suspeitava estava certo.
            Ricardo andou ate uma mesa que ficava a um canto do quarto e pegou um jornal mostrando para os demais. Estampado na primeira pagina estava a foto de um diamante.
            “...Hoje é um marco para a historia, o famoso arqueólogo Dr. Jeremy Sanders fez a maior descoberta de todos os tempos. O famoso Diamante da Lua que dizem ter poderes lendários foi descoberto em uma recente escavação em Zurique
            O famoso arqueólogo escavava as ruínas de uma antiga igreja em busca de peças da renascença e acabou se deparando com o diamante. Diz a lenda que o diamante possui poderes inimagináveis e quem conseguir usá-los poderá controlar o tempo...’
            - Diamante da Lua, o que é isso? – perguntou Nathan após ler o artigo.
            - O Diamante da Lua é o diamante mais precioso do mundo mágico – respondeu Ricardo andando sem parar – e diz a lenda que é ele quem mantém tudo em seus lugares.
            - Como assim Ricardo? – perguntou sua irmã sem entender nada.
            - O Diamante da Lua na verdade é o que mantêm a ordem entre os mundos, o seu poder é tão grande que mantêm separado os seres do mundo inferior e os humanos. Ele estava escondido de tudo e todos há séculos, mas agora que foi achado e tirado de seu lugar tudo foi desequilibrado, por isso os seres do mundo inferior estão conseguindo parar aqui no meio dos humanos.
            Eles se olharam espantados, ninguém ousou falar nada, o pensamento deles estava a mil, o que iam fazer agora.
            - Temos que devolver o diamante para o seu lugar e restaurar a ordem, se não vamos acabar morrendo a qualquer hora – Jason disse indo ate a janela e observando os primeiros raios do dia começar a clarear a linda Paris.
Capítulo 10

            - Lisa vamos parar um pouco, estou exausto.
            Os três caminhavam em silencio naquele lugar sem vida, não sabiam ao certo há quanto tempo estavam ali, mas que já haviam se passados horas isso eles tinham certeza.
            Estavam com fome e sede e não havia nada ali que indicasse vida ou ate mesmo um portal para saírem dali.
            Tentaram de tudo, tele transporte e ate mesmo se comunicar via telepatia com a sentinela, mas também foi em vão. Aquele lugar havia deixado eles isolado de tudo e todos.
            À medida que eles caminhavam o calor aumentava e o cansaço começava a vencê-los, ate que como num impulso Jason parou e ficou olhando para o nada com um sorriso no rosto.
            - O que foi Jason? – perguntou Lisa ao perceber que o amigo não estava ao seu lado.
            - Acho que sei como vamos sair daqui, – disse olhando de um para outro – uma vez eu li que o poder de três luzes brancas unidos poderia produzir um poder forte.
            Lisa e Nathan olhavam sem entender onde ele estava querendo chegar com aquilo.
            - Lisa pensa comigo – continuou Jason com um brilho novo nos olhos – se os nossos poderes separados são fortes, imagina se a gente canalizar ele e transformasse em um só.
            Ao ouvir aquilo Lisa percebeu aonde Jason queria chegar e logo ficou ao lado do amigo toda empolgada.
            Nathan continuou olhando os dois sem saber como fariam aquilo dar certo, mas tinha certeza que se funcionasse poderiam sair daquele lugar.
            - Nathan vem, vamos tentar sair desse inferno de uma vez por todas. – disse Lisa estendendo a mão.
            Os três formaram um circulo e com os olhos fechados usaram toda a energia que conseguiram. Mesmo com fome e sede a vontade de sair dali era tanta que nada mais importava.
            - Me solta seu monstro idiota – gritava Nathan ao se ver agarrado por algo.
            Ao abrirem os olhos Lisa e Jason viram vários inferis se aproximando e Nathan tentando se livrar de um que o havia agarrado pelo pescoço.
            Eram criaturas medonhas, pareciam mortos vivos com a pele em decomposição toda acinzentada e os olhos brancos e sem vida. Nathan se sentiu aliviado ao ver o inferi ser lançado longe por uma bola de energia.
            - Valeu Lisa – agradeceu o garoto enquanto corria para se juntar aos amigos.
            - Vamos conjurar um escudo e tentar abrir o portal. – disse Jason derrubando um inferi que estava se aproximando.
            Os três formaram o circulo novamente e se concentraram, um escudo foi conjurado e os inferis eram arremessados longe toda vez que tentavam passar por ele.
            À medida que os minutos passavam, sentiam o cansaço tomar conta de seus corpos, mas começaram a sentir a energia de um portal se formando próximo a eles, continuaram então se concentrando e quando sentiram que o portal estava realmente aberto os três olharam para ver onde estava.
            Não muito longe deles estava um circulo luminoso de cor verde, se olharam com um grande sorriso de satisfação no rosto.
            - Precisamos chegar ate o portal, mas como? – perguntou Lisa ao ver o numero de inferis que havia duplicado.
            - Vamos tentar nos transportar pra lá – disse Nathan – se nós três conseguimos criar um portal talvez possamos nos transportar também.
            Os outros dois assentiram com a cabeça e canalizando mais uma vez suas energias imediatamente pensaram estar na frente do portal. Quando olharam em volta viram que havia dado certo.
            Os inferis logo começaram a andar na direção deles e sem perder tempo desfizeram o campo de força e correram para o portal.
            A única coisa que os três pensaram ao atravessar o portal era para onde ele ia dar, na esperança de ser um lugar normal e pacifico para poderem descansar.
            Ao se darem conta de onde estavam Lisa logo foi falando.
            - Não acredito, o que você faz aqui?
            Um par de olhos e um largo sorriso estavam voltados para a garota que sorria de volta toda contente.
Capítulo 9


            Paris era uma cidade fria e sombria à noite, e era na noite que tudo acontecia. Ricardo e Anne eram irmãos gêmeos, tinham 22 anos e moravam em Paris já fazia um ano.
            Anne era uma linda moça, seus olhos azuis e seus cabelos loiros contrastavam com sua pele clara. Já seu irmão Ricardo era mais baixo que ela e tinha os mesmos olhos, tinha os cabelos curtos e loiros e o rosto branco como a neve.
            Anne e Ricardo estavam saindo da faculdade com seus amigos quando como sempre eles chegaram à praça que dava para sua casa. A praça estava vazia naquele horário, mas sempre bem iluminada.
            Estavam conversando animadamente quando ouviram um ruído atrás deles, ao olharem para trás não viram nada. Anne olhava ao redor e Ricardo começou a observar mais atentamente as partes escuras da floresta.
            - Ricardo usa sua visão, vê se consegue ver algo.
            Ricardo assentiu com a cabeça e nesse instante seus olhos de azuis ficaram cor de mel, pareciam olhos de gavião. A sua visão se estendeu e ficou mais apurada conseguindo ver assim ate a menor das formigas se mexendo entre os arbustos.
            Começou então a esquadrinhar cada canto da floresta e parou de repente a um canto não muito distante, entre os arbustos algo os observava. Podia ver um par de olhos grandes fixos neles, forçou um pouco mais a visão e pode ver que não havia apenas um par, mas sim vários olhos.
            - Anne, estamos sendo seguidos. Estou vendo vários olhos entre aqueles arbustos.
            Nesse instante varias criaturas apareceram na frente dos dois, eram criaturas grandes e peludas. Os olhos eram amarelos e seus pêlos eram verdes, o olhar de ódio e os uivos eram intensos.
            - O que... o que é isso? – perguntou Anne andando para trás à medida que as criaturas avançavam.
            - São wendigos, criaturas sobrenaturais que aparecem a cada vinte e três dias para se alimentar de corações humanos. – respondeu Ricardo – O único modo de matar um wendigo é queimando o seu coração de gelo.
            Os wendigos avançavam cada vez mais, e a única coisa que queriam era matar. Os irmãos olhavam em volta esperando achar uma solução para o problema deles, mas só viram uma única solução.
            - Anne, teremos que enfrentá-los.
            - Mas eles são muitos, não sei se vou aguentar. – respondeu Anne com medo de não conseguir.
            Anne e Ricardo haviam descoberto os seus poderes ha um ano, mas Anne não aceitara de imediato. Tentara suprimir aquilo com todas as forças que tinha, já seu irmão não, aceitou e começou a estudar e a treinar fazendo assim seus poderes aumentarem muito.
            Anne só aceitou os seus poderes quando se viu obrigada a defender seu irmão de um vampiro. O vampiro atacara seu irmão e ela sentindo o medo dele sentiu um desespero de estar a seu lado e poder ajudá-lo, e ao se dar conta estava em uma rua escura vendo seu irmão bem a sua frente no chão lutando contra um homem em cima dele.
            Sem saber o que fazer Anne queria apenas que aquele homem saísse de cima do irmão e nesse instante, sentiu uma onda de energia muito grande sair de seu corpo e atingir o homem fazendo o mesmo voar pra bem longe atingindo uma grande lixeira azul no fim da rua.
            Ricardo olhou assustado sem saber o que havia acontecido e viu sua irmã parada olhando assustada para o acontecido. Levantou-se no mesmo instante e foi para junto dela, abraçando-a.
            - Muito obrigado, agora vamos temos que sair daqui. – disse Ricardo puxando a irmã pela mão que foi sem apresentar resistência.
            O homem começou a se levantar meio atordoado, sem saber exatamente o que havia acontecido e ao ver sua presa fugir sentiu o ódio subir e soltou um grito tão alto que fez Anne querer estar em sua casa. Ao pensar nisso, ela e seu irmão automaticamente estavam correndo pelo interior de uma sala e Anne bateu fortemente no sofá caindo em cima dele e seu irmão foi direto em direção à parede oposta.
            Ao se recuperarem do baque, Ricardo disse:
            - Anne, pensei que você não quisesse seus poderes.
            - Eu não queria, mas agora vejo que preciso deles. Mas como viemos parar aqui e o que aconteceu lá naquela rua? Quem era aquele homem atacando você? – perguntou Anne ao se sentar direito no sofá.
            - Bom você nos transportou para cá, quando você quer estar em um lugar você pode estar nele como num piscar de olhos. – explicou Ricardo se sentando ao lado de Anne.
            - Aquele era Malkavian, um vampiro. Ele me encurralou naquela rua, eu não percebi e quando dei por mim ele estava em cima de mim querendo me matar.
            - Vampiros? Calma ai Ricardo, você esta me dizendo que existem vampiros aqui em Paris? – perguntou Anne assustada.
            - Anne deixa eu te explicar uma coisa, há várias criaturas que você nem imagina que existam. Mas você vai ter que aprender, eu vou te explicar tudo e você vai entender melhor.
            Após aquele dia Anne começou a estudar e a treinar seus poderes, mas não era tão forte quanto seu irmão, ele sim tinha muito poder. Mas na situação em que se encontravam, não podia deixar o seu medo atrapalhar.
            - Anne você já aprendeu a conjurar bolas de fogo não é mesmo? – perguntou Ricardo, e ao ver que Anne respondeu afirmativamente com a cabeça continuou – Então, atire varias bolas de fogo nessas criaturas, mas mire no coração. A pele deles é altamente inflamável, e só derrotaremos eles se derretermos seus corações.
            Após dizer isso os dois conjuraram bolas de fogos nas duas mãos e se preparam para a batalha. Os wendigos apareciam aos montes, e emitiam uivos ensurdecedores.
            - Anne se prepare – disse Ricardo se preparando – quando eu disser você começa a atirar.
            Os wendigos se aproximavam cada vez mais rápido, o ar gélido estava ficando cada vez mais pesado. O medo fazia o coração dos dois bater tão rápido que parecia que ia sair do peito, mas não podiam fraquejar agora.
            - Anne, agora.
            Nesse instante os dois começaram a atirar as bolas de fogo de suas mãos e conjuravam mais à medida que iam queimando os wendigos. Os monstros começaram a correr na direção dos dois, e formaram um círculo em volta deles.
            Anne começou a se sentir cansada mas não podia deixar seu irmão sozinho, pensou em se transportar mas não lhe vinha lugar algum na cabeça. Então um dos monstros pulou e jogou seu irmão longe, e Anne como que por instinto lançou uma bola de fogo que jogou o monstro longe e fez ele carbonizar.
            Ao se aproximar do irmão Anne viu que ele estava bem, mas não podiam vencer daquele jeito eles eram muitos e eles apenas dois. Então uma onda de medo e ódio tomou conta de Anne e seus olhos flamejavam num vermelho vivo.
            Nesse instante sentiu seu corpo todo em chamas e fez com que várias bolas de fogo fossem lançadas e começaram a acertar os monstros. Seu irmão olhava aquilo espantado, pois não sabia que sua irmã era tão forte assim.
            O corpo dela estava todo envolta de fogo, e lançava por todos os lados bolas de fogos que foi acertando os monstros um por um. Alguns minutos depois, todos os monstros tinham virado pó.
            Anne caiu ajoelhada e as chamas em volta de seu corpo se apagaram.
            - Anne, você esta bem? – perguntou seu irmão assustado.
            - Sim, só um pouco cansada.
            - Vem a gente tem que sair daqui. – disse ajudando sua irmã a se levantar.
            Os dois correram assustados sem saber pra onde ir, quando se depararam com um homem parado bem a frente deles impedindo que eles passassem.
            - Olha quem eu encontro aqui. – disse o homem com uma voz fria e um sorriso malicioso no rosto.
            Ao se aproximar da luz, Ricardo pode ver quem era. Era o vampiro que havia atacado ele há alguns meses.
            - Agora vocês são meus, se preparem para morrer. - Ao dizer isso, Malkavian pulou na direção deles.
            Nesse instante Ricardo projetou um escudo protetor que fez com que o vampiro batesse tão forte que caiu rolando confuso no chão. Ao ver seu oponente caído e desorientado Ricardo pegou Anne e a puxou voltando a correr pelas ruas de Paris a procura de um lugar seguro.
            - Vamos Anne, corra.
            Disse Ricardo enquanto corria em direção a um beco escuro.
            - Ricardo eles estão nos alcançando, faça alguma coisa. – gritou Anne a seu irmão, já não aguentando mais correr.
            Vários vultos vinham atrás deles envoltos da escuridão, se movimentavam rapidamente e o som que emitiam era de petrificar o mais forte dos mortais.
            Ricardo nesse instante se concentrou e fez com que varias latas de lixo que estavam perto voassem em direção as criaturas, acertando uma que voou de encontro com um muro.
            Mas isso foi muito pouco para fazer as criaturas pararem, elas vinham cada vez mais rápidas e estava ficando cada vez mais difícil de fugir. O frio da noite fazia com que o ar gélido queimasse as narinas dos dois, dificultando assim a respiração.
            Ao dobrarem uma esquina se viram bem de frente a uma igreja e imediatamente Ricardo correu em direção a ela. Sua irmã sem entender nada o acompanhou, após acertar uma das criaturas com um raio de energia que saiu de sua mão fazendo a criatura uivar de dor.
            - Pra onde você esta indo?
            - Me siga, eu tenho uma ideia. – Disse Ricardo entrando na igreja acompanhado de sua irmã.
            Após fechar a porta, Anne pode ouvir uivos altos e ensurdecedores. Colocando as mãos nos ouvidos para tentar diminuir o barulho, Anne olhou para os lados procurando a origem daquele som.
            - O que é isso? O que esta acontecendo aqui?
            Nesse mesmo instante um padre entrou correndo pelo salão principal da igreja e foi se aproximando dos dois.
            - Desculpe seu padre, mas era nossa única chance, vampiros estavam atrás de nos e se não fosse a sua igreja estaríamos mortos. – explicou Ricardo ao padre.
            - Mas quem são vocês, e como sabem sobre vampiros? – perguntou o padre desconfiado.
            - Meu nome é Ricardo e essa é minha irmã Anne, somos luzes brancas. Estávamos voltando para casa quando fomos atacados por vários wendigos e vampiros, e usamos quase todos os nossos poderes.
            Ao ouvir aquilo o padre olhou assustado para os dois e percebeu que a coisa estava fora de controle. Vampiros e wendigos atacando em bandos era o fim, algo estava acontecendo e ele tinha que ajudar os dois.
            - Entramos em sua igreja, pois vi as gárgulas no alto da torre. – continuou Ricardo.
            - Mas o que isso tem haver com os monstros? – perguntou Anne.
            - As gárgulas são protetoras, elas impedem o mau de entrar. Os gritos que você ouviu, são ensurdeceres para os seres do mundo inferior. – respondeu Ricardo.
            - Venham, vou preparar algo pra vocês comerem e vou arrumar o quarto pra vocês passarem a noite.
            Ao se deitarem, Ricardo começou a se lembrar de tudo o que haviam passado aquela noite.
Capítulo 8


            - Corram mais rápido, ele esta se aproximando. – Jason gritava mas não sabia ao certo para onde estava correndo.
            Tudo estava mudado na floresta, não sabia exatamente o que estava acontecendo mas criaturas das trevas tinham penetrado na barreira protetora que havia em volta da ilha e agora estavam sendo caçado por um troll de quase seis metros de altura.
            O troll corria e urrava de prazer ao ver suas vitimas fugirem de medo, mas como todo troll esse era tão burro que conseguiu tropeçar em seu próprio pé fazendo assim com que fosse ao chão com um baque ensurdecedor.
            Essa foi a chance deles de se unirem e com as mãos dadas se transportaram para bem longe dali. Ao se darem conta, estavam na praia e olhando para todos os lados viram que não estavam sozinhos, haviam varias criaturas procurando vitimas para se alimentarem.
            Logo mais a frente havia uma pedra na qual se esconderam e observando viram que do mar saia todo tipo de criatura. Nathan olhava aquilo horrorizado, não sabia que existia tanto monstro na terra.
            - O que é aquela coisa que esta indo ali? – perguntou Nathan a seus amigos, que no mesmo instante olharam para onde Nathan apontava.
            Não muito longe deles estava uma criatura horrenda, um polvo de mais ou menos dois metros estava rastejando pela areia, o polvo era brilhante e branco como uma perola mas o seu olhar era negro de ódio. Ele continha doze tentáculos, e dava para ver nitidamente que havia lâminas presas na parte de baixo dos tentáculos.
            - Isso é um Polock, uma criatura aquática que se alimenta da essência de suas vitimas, ela rouba a alma para continuar sobrevivendo. Essa criatura usa seus tentáculos para sugar essa essência e depois larga a carcaça para outro animal terminar o serviço.
            Nathan ao ouvir aquilo sentiu um arrepio na espinha, não iria querer encontrar um monstro daqueles em seu caminho numa noite escura.
            Ao olharem para o lado viram bem a frente uma abertura que emitia um brilho muito forte. Era um portal, a saída daquele lugar que antes fora um paraíso, mas agora era a morada de monstros.
            - Nós precisamos chegar ao portal o mais rápido possível, antes que uma dessas coisas nos veja. – disse Lisa aos outros dois.
            - Mas é muito arriscado, não sabemos para onde ele vai nos levar. Ainda mais agora que o equilíbrio foi quebrado, podemos acabar indo parar em dimensões nunca vistas antes.
            Lisa sabia que o que Jason falava era verdade, mas não podiam ficar parados ali sem fazer nada. Poderiam acabar mortos a qualquer momento, e a única chance deles era o portal.
            - Bem teremos que arriscar, o pior que pode acontecer é a gente ir parar no submundo. – Lisa disse isso olhando para Nathan que não sabia o que dizer.
            - Mas Lisa, isso é loucura. Não podemos...
            Antes mesmo que pudesse terminar de falar, Jason viu Lisa sair correndo em direção ao portal e atravessá-lo sem hesitar. Então sem pensar duas vezes os dois a seguiram, não podiam deixá-la sozinha.
            Ao atravessar Nathan sentiu um frio e uma tristeza muito fortes, não sabia onde estava, mas o lugar era deserto. Parecia noite, mas não havia lua ou estrelas no céu. Só um céu avermelhado e uma área deserta coberta por areia e cactos por todos os lados.
            Lisa olhava aquilo e não acreditava, estavam em Néfilim.
            - Que buraco é esse, alguém sabe? – perguntou Nathan aos dois amigos que estavam olhando para todos os lados como que a espera de um ataque.
            - Estamos em Néfilim, a terra dos inferi. Aqui nada é o que parece ser, os inferis são mortos vivos. Eles não têm alma, e não hesitam em matar quem estiver a sua frente. – disse Jason rapidamente – Se você for ferido ou morto por um inferi você se torna um deles. O único modo de se deter um inferi é queimando seu corpo, fazendo assim com que virem cinzas.
            - A que ótimo, agora tenho que enfrentar zumbis. – disse Nathan ao olhar para os lados a procura de algum dos inferis.
            - Fiquem atentos e vamos andando antes que alguma criatura atravesse o portal atrás da gente. – disse Lisa andando sem rumo.
            - Mas Lisa como foi que viemos parar aqui, o portal não dava na terra?
            - O portal muda constantemente sua posição, - respondeu Jason – só que ele nunca veio para o mundo inferior antes. Ele sempre dava para uma das terras protegidas.
            - Algo desestabilizou a ordem natural das coisas, a nossa proteção não existe mais... – disse Lisa olhando os dois – estamos sozinhos agora.
            Ao ouvir isso Nathan olhou bem para os olhos de Lisa e sabia que a menina estava com medo, mas não queria demonstrar. Agora teriam que tentar salvar suas vidas, e nem sabiam para onde estavam indo.
Capítulo 7

            - Mas que diabos.
            Vociferou Brian ao aparecer na sala de sua mansão, Zeltor que estava sentado na frente do computador vendo o noticiário olhou para seu irmão surpreso por estar de volta tão rápido.
            - E nem pense em começar com suas piadinhas que não estou com paciência – gritou para seu irmão ao ver que o mesmo ia começar a zombar de sua cara.
            Brian pegou um copo e encheu com conhaque que bebeu em um gole e sentindo a fúria subir pelas suas veias pegou o copo e arremessou para o outro lado da sala fazendo com que o copo se quebrasse em vários pedaços.
            - Calma maninho, o que foi? Os pirralhos te deram uma surra foi? – Zeltor se divertia com a fúria do irmão.
            - Aquele fedelho, ah mas eu pego ele e quando eu fizer isso ele vai sofrer tanto que vai implorar para morrer. – disse apertando a mão no ar como se esmagasse um verme.
            Ao lembrar-se de tudo que passou Brian se sentiu ameaçado pelo garoto, como era possível ele ter um nível de energia tão alto. Era impossível, mas ele iria achar um jeito de aniquilar aquele fedelho, era só questão de tempo. O que por sinal ele não tinha muito, pois o alinhamento era dali a alguns meses e ele não podia deixar que nada atrapalhasse seus planos, nem mesmo um bando de moleques.
            - Brian venha ver isso. – disse Zeltor ao irmão.
            Ao se aproximar do computador Brian não acreditou no que seus olhos viam. Uma repórter estava mostrando o Museu de Arte Natural de Zurique e lá estava, em exposição o precioso e famoso Diamante da Lua.
            O Diamante da Lua era o maior e mais valioso diamante do mundo, ele tinha mais de duzentos mil anos e estava perdido a séculos.
            “- O famoso arqueólogo Dr. Jeremy Sanders fez uma descoberta extraordinária, ha dois dias ele achou o lendário e famoso Diamante da Lua. Diz a antiga lenda que o diamante é uma jóia que foi usada por vários séculos para guardar poderes incalculáveis e quem o possuísse se tornaria invencível. O diamante ficará em exposição no museu de Zurique e será levado ate Nova Iorque para se juntar a coleção...”
            A repórter continuou falando, mas Brian já estava do outro lado da sala, seu irmão Zeltor levantou e perguntou.
            - Então maninho, quando vamos roubar o diamante?
            - Bom se você quiser morrer pode ir agora mesmo. – disse Brian com um sorriso malicioso no rosto – O diamante tem uma proteção fortíssima, só os Luzes Brancas conseguem tocar nele. Mas eu tenho um plano e você vai ser a peça principal dele, maninho.
            Zeltor olhou desconfiado para seu irmão, sabia que estava prestes a ser usado de cobaia em mais um dos planos loucos de seu irmão. Mas Zeltor não tinha medo, sabia que o plano daria certo assim como todos os outros que seu irmão havia planejado.